Secretário cobra alterações no projeto do Metrô em Taboão da Serra e alerta para falta de integração com ônibus municipais

Imagem gráfica da futura estação Taboão da Serra
O projeto de extensão da Linha 4-Amarela até Taboão da Serra está iniciando as obras e gera debates sobre sua concepção. O secretário de Transportes e Mobilidade Urbana do município, Marcos Paulo de Oliveira, afirmou em entrevista ao Portal O Taboanense que o desenho atual, elaborado no governo do Estado, apresenta falhas que precisam ser corrigidas para garantir a eficiência do sistema.
Segundo ele, a proposta inicial é “muito aquém do que Taboão merece”. “Quando nos apresentaram o projeto, percebemos que vários pontos não contemplavam a realidade da cidade. Fizemos 11 apontamentos formais à equipe técnica do Estado. Não vamos aceitar qualquer coisa. Esse metrô é um legado e precisa atender de fato à população”, destacou.
Um dos principais problemas levantados pelo secretário é a ausência de integração entre o metrô e as linhas municipais de ônibus. “É inacreditável que nenhuma linha de Taboão da Serra esteja prevista para chegar à estação. As pessoas teriam que descer na praça e ir a pé até o metrô, faça sol ou chuva. Imagine um idoso de cadeira de rodas ou alguém com dificuldade de locomoção. É um absurdo”, criticou.

Ele também apontou problemas nas linhas intermunicipais que chegam de Embu das Artes, Itapecerica da Serra e Juquitiba. “No projeto atual, os ônibus param em nível, um atrás do outro, criando um gargalo. Exigimos que seja construída uma passagem subterrânea para evitar o travamento do trânsito”, explicou.
Estrutura e acessibilidade
Outro ponto destacado foi a necessidade de infraestrutura adequada para os usuários. “Na estação da Vila Sônia, o passageiro conta com escada rolante e elevador. Aqui, em Taboão da Serra, no projeto original, a pessoa teria que subir tudo a pé. Isso é inaceitável. Estamos cobrando acessibilidade plena”, afirmou.
O secretário defende ainda a criação de baias para embarque e desembarque de táxis e aplicativos. “Sem isso, haverá caos no trânsito. As pessoas vão parar em fila dupla para deixar familiares na estação. Precisamos prever esses espaços desde já”, alertou.
Corredor exclusivo de ônibus
Marcos Paulo também reforçou a necessidade de um corredor de ônibus que ligue São Paulo, Taboão da Serra e Embu das Artes. “Queremos um corredor central, semelhante ao da Avenida Francisco Morato. Esse será o eixo de integração do transporte público na região”, disse.
De acordo com o secretário, a obra impactará mais de um milhão de pessoas. “Somando Taboão da Serra, Embu das Artes, Itapecerica e até Campo Limpo, são centenas de milhares de usuários que dependem desse sistema. O metrô não pode ignorar essa realidade”, afirmou.
Ele ressaltou que já apresentou todos os apontamentos ao prefeito Engenheiro Daniel antes de notificar oficialmente o Metrô. “Expliquei ponto a ponto e o prefeito me autorizou a formalizar a cobrança. Nós vamos brigar até o fim para que a cidade tenha um projeto à altura da sua população”, completou.
O governo do Estado anunciou a previsão de entrega da estação em 2028, mas há ceticismo quanto ao prazo. “É uma obra de grande porte, com várias frentes. Pode começar por Taboão ou por Campo Limpo, com o tatuzão vindo em direção à cidade. O importante é que as alterações sejam feitas agora, enquanto o projeto ainda está no papel. Não queremos atrasar a obra, mas corrigir os erros antes que seja tarde”, afirmou.
Apesar das incertezas, o secretário acredita que a chegada do Metrô representará uma revolução. “Quando sair do papel, vai mudar a vida de Taboão da Serra e das próximas gerações. Vai transformar a mobilidade, reduzir congestionamentos e dar dignidade ao transporte público. Não podemos perder essa oportunidade”, concluiu.