Vida de luxo de líder do PCC é desarticulada com prisão em Taboão da Serra
'Gordão', apontado como o 'sintonia-geral' da facção no Nordeste, tinha uma vida de luxo com carros de R$ 3 milhões, lanchas e apartamentos de frente para o mar

Luxuosos Porsches apreendidos pela polícia com José Ricardo Ângelo, o “Gordão”
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A vida de luxo de José Ricardo Ângelo, de 49 anos, conhecido como “Gordão”, chegou ao fim em um posto de combustíveis em Taboão da Serra. Considerado pela polícia como um dos maiores responsáveis pela lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) em Alagoas, ele foi preso na última terça-feira, dia 19.
A prisão aconteceu durante a Operação Lavagem Paulista, conduzida pela Polícia Civil de Alagoas, que investigou um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 30 milhões nos últimos três anos. A vida de alto padrão de “Gordão” e de sua esposa, em Balneário Camboriú, Santa Catarina, foi o que chamou a atenção da polícia.
O estilo de vida de “Gordão”
Apontado como o “sintonia-geral” do Nordeste, cargo de liderança dentro da facção, ele e sua esposa viviam em um apartamento de luxo, com vista para o mar. Segundo o delegado Thales Araújo, responsável pela investigação, a vida do casal não condizia com o patrimônio, o que levantou as suspeitas. “Houve um volume movimentado muito alto, mas sem um histórico de patrimônio, sem lastro que justificasse”, explicou.
Em um quarto com porta blindada, a polícia encontrou bolsas, relógios e outros bens de luxo avaliados em mais de R$ 200 mil. A vida de alto padrão do casal incluía, ainda, a posse de lanchas, jet skis e muitas viagens.
A polícia descobriu que, após ser procurado pela polícia catarinense, “Gordão” e a esposa se mudaram para São Paulo há cerca de 20 dias, para fugir da suspeita de ser o mandante do assassinato do empresário Leonardo Siemann, morto a tiros no dia 3 de fevereiro. O crime teria sido motivado por dívidas relacionadas a negócios ilícitos entre os dois.
A lavagem de dinheiro
Em uma casa em Embu das Artes, a polícia apreendeu três carros, sendo dois Porsches (um deles blindado), avaliados em aproximadamente R$ 3 milhões. Os veículos estão sequestrados pela Justiça. A polícia afirma que a lavagem de dinheiro era feita com a ajuda de um contador preso em Maceió, responsável por toda a movimentação financeira do grupo. O casal tinha várias empresas de fachada, em ramos como veículos, restaurantes, imobiliárias e factoring.
“A vantagem dessa área é que com um imóvel você consegue lavar muito dinheiro, uma transação pode render milhões. Isso tem sido usado muito pelos grupos criminosos”, disse o delegado Thales Araújo. Ele acrescenta que Balneário Camboriú é um grande polo de lavagem de dinheiro, o que explica a escolha da cidade por “Gordão”.