Uniões consensuais crescem e se tornam mais comuns que casamentos religiosos em Taboão da Serra, aponta Censo do IBGE
Os dados do Censo 2022, divulgados nesta quarta-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram uma mudança significativa no comportamento conjugal da população de Taboão da Serra.
Pela primeira vez, as uniões consensuais, aquelas em que o casal vive junto sem registro formal no civil ou religioso, superaram os casamentos religiosos e passaram a representar o principal tipo de relação no município.
De acordo com o levantamento, 39,4% da população taboanense com 10 anos ou mais vivia em união consensual em 2022. Já as uniões civis e religiosas representavam 38,7%, seguidas pelos casamentos apenas civis (20,8%) e apenas religiosos (1,1%).
Os números indicam uma leve mudança em relação ao Censo anterior, de 2010, quando as uniões civis e religiosas lideravam com 40,4%, enquanto as consensuais somavam 38,8%. A diferença mostra uma tendência de informalização dos relacionamentos, também observada em todo o país.
Segundo o IBGE, o aumento das uniões consensuais está ligado a transformações culturais e econômicas. “O que observamos é um movimento nacional de flexibilização dos modelos familiares. Muitos casais optam por viver juntos sem formalizar a relação no cartório ou na igreja, seja por escolha pessoal, seja por questões financeiras”, explicou o instituto em nota.
Em Taboão da Serra, o fenômeno reflete as mudanças sociais de uma cidade marcada por forte crescimento populacional e diversidade cultural. A urbanização intensa e o aumento do custo de vida também podem estar entre os fatores que influenciam a decisão de adiar ou dispensar a formalização do casamento.
No cenário nacional, 51,3% da população brasileira vive em união conjugal, sendo 38,9% em união consensual, 37,9% casados no civil e religioso, 20,8% apenas no civil e 2,6% apenas no religioso. A tendência se repete em todas as regiões do país, com destaque para os estados do Sul e Sudeste, que apresentam índices mais elevados de casamentos civis, enquanto o Norte e Nordeste concentram as maiores taxas de uniões consensuais.
Em Taboão da Serra, os dados reforçam um retrato em transformação: a cidade segue acompanhando as mudanças no perfil das famílias brasileiras, mais plurais, diversas e abertas a novos formatos de convivência.