Terreiro mais antigo de Taboão da Serra recebe apoio oficial em meio a debate sobre tombamento e intolerância religiosa
O mais antigo terreiro de Candomblé de Taboão da Serra, o ao Ilé Àṣẹ Jagun, recebeu na última terça-feira, dia 25, a visita institucional da vereadora Professora Najara Costa que luta pelo tombamento histórico do local. O prefeito Engenheiro Daniel, acompanhado do secretário de Assuntos Jurídicos, Dr. Adriano Teodoro, também estiveram presentes.
A visita integra um conjunto de ações conduzidas pelo mandato da vereadora, que tem pautado de forma contínua a defesa da liberdade religiosa, o combate ao racismo religioso e a proteção institucional dos terreiros. O terreiro Ilé Àṣẹ Jagun é considerado patrimônio histórico e espiritual de Taboão da Serra, fundado em 1965 por Bàbálórìṣà Manoel Firmino da Cruz (Bàbá Kilombo Jagun).
A vereadora Najara Costa tem sido responsável por abrir, no Legislativo municipal de Taboão da Serra, debates inéditos e estruturantes sobre direitos das comunidades tradicionais. Entre as principais ações do seu mandato, destacam-se:
• 1ª Plenária dos Povos Tradicionais e Comunidades de Matriz Africana
Realizada por iniciativa de seu mandato, a plenária reuniu mais de 250 pessoas, consolidando um espaço histórico de diálogo, construção coletiva e fortalecimento das políticas públicas voltadas à promoção da igualdade racial e à proteção das tradições religiosas afro-brasileiras.
• Projeto de Lei de combate ao racismo religioso
O mandato protocolou um Projeto de Lei pioneiro de enfrentamento ao racismo religioso e à intolerância religiosa e representa uma demanda urgente e alinhada às recomendações internacionais de direitos humanos.
• Articulação com diretrizes nacionais e internacionais
A vereadora também tem pautado sua atuação com base na Declaração de Durban (2001), marco global no combate ao racismo; no Decreto Federal nº 6.040/2007, que institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais e na discussão da PEC da Reparação, de relatoria do deputado federal Orlando Silva, que propõe mecanismos estruturais de reparação histórica e proteção contra o racismo, tema que o mandato tem trazido de forma ativa ao debate municipal.
Ilé Àṣẹ Jagun: patrimônio religioso, cultural e comunitário
O Ilé Àṣẹ Jagun, localizado no Parque Pinheiros, é o mais antigo terreiro de Candomblé de Taboão da Serra e referência histórica da região. Fundado em 1965 por Bàbá Kilombo Jagun, liderança religiosa e comunitária, o terreiro desenvolveu ao longo de quase seis décadas um papel central na preservação da cultura afro-brasileira e no cuidado social das famílias do território.
Desde 2020, o espaço é conduzido por sua herdeira espiritual, Ìyálòrìṣà Bárbara de Oyá (Bárbara Bezerra da Cruz), iniciada ainda criança no próprio Ilé. Ao assumir a liderança após o falecimento de seu pai, Bárbara preserva as tradições da casa com dedicação, responsabilidade e forte vínculo com sua ancestralidade.
Documentação, memória e tombamento
O terreiro passa por um processo de organização documental acompanhado por um antropólogo, com a elaboração de um livro histórico que reunirá registros, relatos e a trajetória completa da casa. A iniciativa reforça a preservação da memória e fortalece a justificativa para o tombamento, contribuindo para a proteção definitiva do espaço como patrimônio cultural e religioso.
A visita institucional realizada hoje demonstra o compromisso crescente do município — impulsionado pelo trabalho da vereadora Najara Costa — com a valorização das tradições afro-brasileiras, combate ao racismo religioso e a construção de políticas antirracistas efetivas.