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12 de julho de 2012

Taboão, Suor e Lágrimas

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Na minha cidade a noite chega junto com os ventos que vem do sul cavalgando no pêlo macio das serras. As estrelas da minha cidade não se apresentam no céu com o rosto iluminado, elas se exibem no chão para que seus homens e mulheres possam tocá-las. 

Na minha cidade Cristo fica no morro de braços abertos sorrindo o milagre do novo dia. A minha cidade fica bem longe do mar, longe das ostras, dos veleiros, das ondas salgadas de Netuno, Mas cada um que ali nasce é um cais pro futuro, um oceano, um porto seguro. 

Na minha cidade as crianças entortam o mundo e desentortam ladeiras. Meninas e meninos dançam na chuva e aprendem, desde cedo, a domarem raios e trovões. Uns enterram umbigos, outros, seus botões. A cidade que mora em mim, desliza pelo centro e escorrega na favela.Tem caminhos estreitos e ruas desbravadas por caminhos que levam ao futuro, ou que levam a nada. 

Foto: Eduardo Toledo

Taboão da Serra: "um cais pro futuro, um oceano, um porto seguro"

É difícil morar nessa cidade e não cometer adultério. A beleza está por todo lugar. Eu mesmo já saí com Maria Rosa, Carmelina, Salete, Helena, Virginia, Albina, Maria Helena, entre outras que não posso citar o nome. É, mas não foi só eu, o Freitas Junior, o Mituzi, o Roberto, o Clementino, o Pazzini e dizem até que os santos, Tadeu, Joaquim e Salvador também se renderam as curvas delas. 

Na minha cidade a América do Sul passa a noite escrevendo poemas na BR-116. Uma via que mais parece uma veia, um viaduto que atravessa o nosso coração. Cidade louca de narinas enormes que respira São Paulo pelos olhos e a encara de peito aberto, como quem chama pra briga, como quem chama no rôdo. "É nóis!". 

Na minha cidade o cavaquinho dá o toque da alvorada e nas picapes o rap ecoa por inteiro, chacoalhando a quebrada. Os manos e as minas num rolê pelas ladeiras… Sem perder a linha, sem perder o Leme. 

Na minha cidade a África tem a cara do Pirajuçara e os pés da Jamaica. O Reggae resiste quarando a roupa no varal, e o forró é o hino do nordeste que vai muito além de Luiz Gonzaga. Axé guerreiros! 

A minha cidade tem o sangue Árabe correndo nos pulsos, que traz para nós as mil e uma noites num dia só. Motivo de nossa fama de povo lutador. Salam Ualakun.

A minha cidade é da hora, do minuto e de cada segundo que aqui se vive. Cada um é um universo. Cada universo, um passado, um presente, um futuro, mas acima de tudo, a eternidade. Só quem é, sabe do que eu estou falando… Tem que saber chegar.

Essa é a minha cidade, de como eu a vejo, de como eu a sinto. Entre risos e lágrimas lavo minha alma com o suor que escorre do rosto dela, do rosto desse povo lindo e inteligente cheio de calos nas mãos. "Tamo junto!".

É tudo nosso!

 

 

 

 

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15 de novembro de 2010

Taboão, suor e lágrimas

 

Na minha cidade a noite chega junto com os ventos que vem do sul cavalgando no pêlo macio das serras. As estrelas da minha cidade não se apresentam no céu com o rosto iluminado, elas se exibem no chão para que seus homens e mulheres possam tocá-las.

Na minha cidade Cristo fica no morro de braços abertos sorrindo o milagre do novo dia.

A minha cidade fica bem longe do mar, longe das ostras, dos veleiros, das ondas salgadas de Netuno, mas cada um que ali nasce é um cais pro futuro, um oceano, um porto seguro.

Na minha cidade as crianças entortam o mundo e desentortam ladeiras. Meninas e meninos Dançam na chuva e aprendem, desde cedo, a domarem raios e trovões. Uns enterram umbigos, outros, seus botões.

A cidade que mora em mim, desliza pelo centro e escorrega na favela. Tem caminhos estreitos e ruas desbravadas por caminhos que levam ao futuro, ou que levam a nada.

É difícil morar nessa cidade e não cometer adultério. A beleza está por todo lugar. Eu mesmo já saí com Maria Rosa, Carmelina, Salete, Helena, Virginia, Albina, Maria Helena, entre outras que não posso citar o nome. É, mas não foi só eu, o Freitas Junior, o Mituzi, o Roberto, o Clementino, o Pazzini e dizem até que os santos, Tadeu, Joaquim e Salvador também se renderam as curvas delas.

Na minha cidade a América do Sul passa a noite escrevendo poemas na BR-116. Uma via que mais parece uma veia, um viaduto que atravessa o nosso coração. Cidade louca de narinas enormes que respira São Paulo pelos olhos e a encara de peito aberto, como quem chama pra briga, como quem chama no rôdo. “É nóis!”.

Na minha cidade o cavaquinho dá o toque da alvorada e nas picapes o rap ecoa por inteiro, chacoalhando a quebrada. Os manos e as minas num rolê pelas ladeiras… Sem perder a linha, sem perder o Leme.

Na minha cidade a África tem a cara do Pirajuçara e os pés da Jamaica. O Reggae resiste quarando a roupa no varal, e o forró é o hino do nordeste que vai muito além de Luiz Gonzaga. Axé guerreiros!

A minha cidade tem o sangue Árabe correndo nos pulsos, que traz para nós as mil e uma noites num dia só. Motivo de nossa fama de povo lutador. Salam Ualakun.

A minha cidade é da hora, do minuto e de cada segundo que aqui se vive. Cada um é um universo. Cada universo, um passado, um presente, um futuro, mas acima de tudo, a eternidade. Só quem é, sabe do que eu estou falando… Tem que saber chegar.

Essa é a minha cidade, de como eu a vejo, de como eu a sinto. Entre risos e lágrimas lavo minha alma com o suor que escorre do rosto dela, do rosto desse povo lindo e inteligente cheio de calos nas mãos.

“Tamo junto!”. É tudo nosso!

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27 de outubro de 2007

Taboão, suor e lágrimas

Poeta Sérgio Vaz

Sérgio Vaz

Na minha cidade a noite chega junto com os ventos que vem do sul cavalgando no pêlo macio das serras. As estrelas da minha cidade não se apresentam no céu com o rosto iluminado, elas se exibem no chão para que seus homens e mulheres possam tocá-las.

Na minha cidade Cristo fica no morro de braços abertos sorrindo o milagre do novo dia. A minha cidade fica bem longe do mar, longe das ostras, dos veleiros, das ondas salgadas de Netuno, Mas cada um que ali nasce é um cais pro futuro, um oceano, um porto seguro.

Na minha cidade as crianças entortam o mundo e desentortam ladeiras. Meninas e meninos Dançam na chuva e aprendem, desde cedo, a domarem raios e trovões. Uns enterram umbigos, outros, seus botões. A cidade que mora em mim, desliza pelo centro e escorrega na favela.Tem caminhos estreitos e ruas desbravadas por caminhos que levam ao futuro, ou que levam a nada.

É difícil morar nessa cidade e não cometer adultério. A beleza está por todo lugar. Eu mesmo já saí com Maria Rosa, Carmelina, Salete, Helena, Virginia, Albina, Maria Helena, entre outras que não posso citar o nome. É, mas não foi só eu, o Freitas Junior, o Mituzi, o Roberto, o Clementino, o Pazzini e dizem até que os santos, Tadeu, Joaquim e Salvador também se renderam as curvas delas.

Na minha cidade a América do Sul passa a noite escrevendo poemas na Br 116. Uma via que mais parece uma veia, um viaduto que atravessa o nosso coração. Cidade louca de narinas enormes que respira São Paulo pelos olhos e a encara de peito aberto, como quem chama pra briga, como quem chama no rôdo. “É nóis!”.

Na minha cidade o cavaquinho dá o toque da alvorada e nas picapes o rap ecoa por inteiro, chacoalhando a quebrada. Os manos e as minas num rolê pelas ladeiras… Sem perder a linha, sem perder o Leme.

Na minha cidade a África tem a cara do Pirajussara e os pés da Jamaica. O Reggae resiste quarando a roupa no varal, e o forró é o hino do nordeste que vai muito além de Luiz Gonzaga. Axé guerreiros!

A minha cidade tem o sangue Árabe correndo nos pulsos, que traz para nós as mil e uma noites num dia só. Motivo de nossa fama de povo lutador. Salam Ualakun.

A minha cidade é da hora, do minuto e de cada segundo que aqui se vive. Cada um é um universo. Cada universo, um passado, um presente, um futuro, mas acima de tudo, a eternidade. Só quem é, sabe do que eu estou falando… Tem que saber chegar.

Essa é a minha cidade, de como eu a vejo, de como eu a sinto. Entre risos e lágrimas lavo minha alma com o suor que escorre do rosto dela, do rosto desse povo lindo e inteligente cheio de calos nas mãos. “Tamo junto!”.

É tudo nosso!


Sérgio Vaz é poeta, fundador da Cooperifa e o artista mais premiado de Taboão da Serra. Ele escreve como colaborador no Portal O Taboanense desde 2003

ArtigoCooperifaCulturaOpiniãoSérgio Vaz
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