Taboão da Serra e Embu das Artes superam média nacional em coleta e tratamento de esgoto

Sabesp concluiu em 2009 as obras do coletor-tronco Joaquim Cachoeira, aumentando a capacidade de tratamento do esgoto de Taboão da Serra e Embu das Artes
Um estudo divulgado pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a Ex Ante Consultoria, revelou que o avanço do saneamento básico na Bacia do Rio Pinheiros — da qual fazem parte Taboão da Serra, Embu das Artes e São Paulo — gerou um impacto socioeconômico estimado em R$ 7,9 bilhões entre 2000 e 2022, incluindo a capital. Os dados apontam que a universalização dos serviços de água e esgoto contribuiu para a melhora da saúde pública, aumento da produtividade, valorização ambiental e crescimento do turismo.
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De acordo com o levantamento, 96,6% da população da bacia estava conectada à rede de esgoto em 2022, superando a média estadual (92,4%) e nacional (56%). O tratamento do esgoto coletado também apresentou um índice elevado: 96% dos resíduos foram devidamente tratados antes do descarte, totalizando 142,7 milhões de metros cúbicos.
Para a presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, os dados comprovam o poder transformador do saneamento. “O acesso pleno ao saneamento resulta em menos doenças, mais produtividade, preservação da natureza e impulso ao turismo. Além disso, é um instrumento de inclusão social. Regiões antes excluídas passam a ter oportunidades reais de desenvolvimento. São vidas transformadas”, afirmou.
Impactos diretos em Taboão da Serra e Embu das Artes
Em Taboão da Serra, Embu das Artes e São Paulo, os efeitos do investimento em infraestrutura foram concretos. Cerca de 589 mil pessoas passaram a ter acesso à água tratada e 840 mil à coleta de esgoto, um salto expressivo para cidades que antes conviviam com deficiências históricas no setor. A consequência direta foi a queda média de 3,7% ao ano nas internações por doenças relacionadas à água e ao ambiente.
O estudo também calcula os seguintes ganhos econômicos diretos nas três cidades:
• R$ 727 milhões em redução de custos com saúde;
• R$ 2,94 bilhões em aumento da produtividade da força de trabalho;
• R$ 1,36 bilhão em geração de renda com o turismo;
• R$ 408 milhões em valorização imobiliária.
Especificamente em Embu das Artes, os investimentos realizados por meio do Programa Novo Rio Pinheiros — executado pela Sabesp — permitiram um salto na cobertura de esgotamento sanitário. O projeto é responsável, sozinho, por R$ 1 bilhão em benefícios econômicos, sendo R$ 107 milhões apenas em economia com saúde pública e outros R$ 350 milhões em produtividade.
Legado e projeções futuras
Com a universalização efetivada a partir de 2022, os ganhos passaram a ser permanentes. A estimativa do estudo é de que os benefícios futuros ultrapassem os R$ 8 bilhões, impulsionando ainda mais a qualidade de vida da população da bacia.
Além dos impactos diretos na saúde e no mercado de trabalho, houve também avanços no turismo e no setor imobiliário. As cidades registraram valorização de imóveis em R$ 40 milhões e crescimento de R$ 166 milhões na receita do turismo.
Taboão da Serra e Embu das Artes destacam-se pelo desempenho acima da média nacional. Enquanto o Brasil apresenta cobertura de esgoto de 56% e tratamento de 51%, as duas cidades superam 96% de coleta e de tratamento dos resíduos. A média do estado de São Paulo, embora superior à nacional, ainda fica abaixo dos índices das duas cidades.
Como enfatizou Luana Pretto: “O saneamento é uma ponte entre a exclusão e a dignidade. Os números demonstram que investimentos bem aplicados têm o poder de transformar realidades e deixar um legado duradouro para as próximas gerações”.
Por que Taboão da Serra e Embu das Artes pertencem à bacia hidrográfica do Rio Pinheiros?
As cidades de Taboão da Serra e Embu das Artes estão inseridas na bacia hidrográfica do Rio Pinheiros porque seus principais cursos d’água — os córregos Pirajuçara e Poá — fluem em direção ao Rio Pinheiros, um dos principais rios urbanos da Região Metropolitana de São Paulo.
O córrego Pirajuçara, que nasce em Embu das Artes e atravessa Taboão da Serra, segue seu curso até desaguar no Rio Pinheiros, na altura da zona oeste da capital paulista. Já o córrego Poá, também com nascentes na região, tem o mesmo destino. Como esses córregos são afluentes diretos do Pinheiros, toda a drenagem pluvial e os efluentes dessas cidades acabam impactando diretamente a qualidade da água do rio.
Por isso, quando falamos em tratamento de esgoto e recuperação ambiental da bacia do Rio Pinheiros, as ações realizadas em Taboão da Serra e Embu das Artes são essenciais para garantir a despoluição e o equilíbrio ecológico do sistema.
Sobre o Instituto Trata Brasil
O Instituto Trata Brasil (ITB) é uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) que surgiu em 2007 com foco nos avanços do saneamento básico e na proteção dos recursos hídricos do país. Tornou-se uma fonte de informação ao cidadão para que reivindique a universalização deste serviço mais básico e essencial para qualquer nação.
O ITB produz estudos, pesquisas e projetos sociais visando conscientizar o cidadão comum do problema e, ao mesmo tempo, pressionar pela solução nos três níveis de governo. A proposta é que todos conheçam a realidade do acesso à água tratada, coleta e tratamento dos esgotos e busquem avanços mais rápidos.