12 de janeiro de 2009
Este acordo é meramente sugestivo; portanto restringe-se à língua que o povo fala nas ruas, não afetando nenhum aspecto da língua escrita (a academia pode ficar tranquila). Ela não elimina, infelizmente, as diferenças e injustiças que através da ortografia são observadas nos países que tem a língua, ao qual o povo não tem direito de aprender, como idioma oficial, mas é um passo em direção à pretendida unificação das idéias das pessoas que realmente amam este país.
O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y.
O analfabeto completo passaria a ser aquele que sabe juntar as letras e não junta, e sequer ajuda os outros juntarem. E o que é pior, muitos deles ainda se julgam letrados.
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V WX Y Z
*vale também o improviso.
Trema
Não se usaria mais o trema. Em hipótese alguma.
Ficaria decretado em todo lugar deste país, que diante de qualquer injustiça, covardia e falta de respeito com a população, a palavra de ordem seria: não TREMA!
Como era: agüentar
Como ficaria: bateu levou
*Atenção: o trema aparece apenas nas palavras estrangeiras e no passado sombrio da ditadura.
Mudança nas regras de acentuação e outras regras
1. Escola na periferia tem muito assento, de 40 a 45, quando o ideal seria tirar 20 ou 25. E para compensar, teria aumento no número de assentos nas universidades públicas do país.
2. Professor deixaria de ser uma palavra para ser um sentimento, e de zero à esquerda, como quer o governo, passaria a valer nota dez, e com mais zeros à direita.
3. Educação passaria a ser uma equação matemática com investimento ao cubo (ex: 2+2=5), sem pedagogia com raiz quadrada.
Ex: Criança + escola de qualidade = nação com futuro
4. Criança passaria a ser um verbo praticado sem miséria, descaso ou abandono. Com direito a casa, comida e cidadania.
A Criança passaria a ser uma super-proparoxítona com assentos em todas as etapas de sua vida.
E todas as crianças, sem nenhuma exceção, teriam o direito de usar os assentos da mesa para comer o objeto direto, nesse caso a comida digna, com direito à sobremesa, e tanto faz de for geléia com acento ou sem acento.
E caso alguma autoridade contestasse, que o povo nas ruas lhe tirassem o assento. Sem acento no Dó nem piedade.
5. A palavra desemprego não poderia mais ser pronunciada nas portas das fábricas, e o emprego não poderia mais estar ligado à palavra escravidão, para que os homens e as mulheres não fossem escravos dos ditongos cujos do poder, e para que os trabalhadores e trabalhadoras não andassem mais naquela tanga danada, em que vivem atualmente os assalariados dos subúrbios brasileiros.
*Outra coisa, as palavras "não, há e vagas", jamais poderiam serem escritas juntas.
6. Corrupção deixaria de ser apenas uma palavra com 9 letras para ser um crime, punido com 90 anos de prisão.
7. O sujeito decente não pode, nem deveria ser prejudicado. Para que isso se confirme, a justiça que é cega, ficaria terminantemente proibida de fazer transplante de córneas.
8. As Palavras Amizade, Bondade, Coragem, Caráter e Amor, que fossem suprimidas do dicionário e escritas pelos nossos corpos, como uma segunda pele, para que o suor dignificasse-as, toda vez que a gente as pronunciasse.
9. Pobreza; nem com Z, nem de espírito.
10. Ficam banidas as palavras "Toxítonas" que servem apenas para o privilégio de poucas pessoas, que acham todas as outras "Para-oxítonas".
*Arrogância e violência deveriam ter dois "esses", que era para valorizar o imbecil que as praticasse.
Uso do hífen
O Super-homem é um super-bobo.
As demais palavras devem ser consultadas com mais seriedade no guia prático da nova ortografia.
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