PF faz operação em Embu das Artes contra desvio de recursos da saúde; Justiça determina intervenção no Pronto-Socorro
A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (25) a Operação Paralelo Cinco, que investiga um esquema milionário de desvio de recursos públicos destinados à saúde em municípios do Rio Grande do Sul e de São Paulo. Entre os alvos da ação está Embu das Artes, onde foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão. As diligências também ocorreram em Osasco e na capital paulista, mas os endereços não foram divulgados pela PF.
Além das buscas, a Justiça determinou a intervenção no Pronto-Socorro de Embu das Artes, com o objetivo de garantir a continuidade dos serviços e impedir novos desvios durante a investigação.
Segundo o inquérito, a organização social responsável pela gestão do Pronto-Socorro de Embu das Artes e do hospital de Jaguari (RS) recebeu mais de R$ 340 milhões entre 2022 e agosto de 2025. Parte desse valor teria sido desviada através de um sofisticado esquema financeiro que envolvia empresas de fachada, notas fiscais frias e transferências pulverizadas para contas sem vínculo com os serviços contratados.
As investigações apontam que o dinheiro público teria sido utilizado para bancar despesas pessoais de gestores da organização social, como pagamentos irregulares a funcionários sem prestação de serviço, contratos fictícios, aluguéis de imóveis de alto padrão, viagens, além da compra de bens privados.
Para os investigadores, a estrutura fraudulenta funcionava por meio de entidades sem capacidade operacional mínima, criadas apenas para emitir documentos falsos e ocultar o destino real dos recursos.
De acordo com a PF, “o esquema se baseava na utilização de empresas interpostas e notas inidôneas para desviar valores e sustentar um sistema de ocultação e dissimulação financeira”, o que ampliou o prejuízo aos cofres públicos.
Desvios diretos das contas da saúde
A Polícia Federal também identificou desvios operacionalizados diretamente a partir das contas utilizadas para repasses da saúde municipal, especialmente para pagamentos pessoais e vantagens indevidas a integrantes da organização social responsável pela gestão das unidades.
Prefeitura não se manifestou
Até a publicação desta matéria, a Prefeitura de Embu das Artes não havia se pronunciado sobre a operação, nem sobre a decisão judicial que determinou a intervenção no Pronto-Socorro municipal.
A investigação segue em andamento, e novos desdobramentos podem ocorrer nos próximos dias.