Parque Pinheiros concentra população de mais de 30 mil pessoas
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Por Nely Rossany, da Gazeta SP e Liah Marques, do Portal O Taboanense
Seu bairro, nosso bairro chega ao Parque Pinheiros em Taboão da Serra. Depois da região Central, o bairro é um dos mais conhecidos por aqueles que só passam ou trabalham na cidade. Com indústrias, como a conhecida Cinpal, comércios e muitos prédios, o bairro tem uma concentração de mais de 30 mil pessoas. Somente em um dos condomínios, são 20 mil habitantes. Em meio a essa efervescência, problemas como o trânsito e a valorização dos imóveis logo aparecem.
Na avenida principal, a Paulo Ayres, diversas intervenções já foram feitas na tentativa de dar mais fluidez ao tráfego nos horários de pico, mas quem mora ou trabalha no bairro diz que não melhora. “É impossível trafegar na avenida a partir das 16 horas”, diz o comerciante Rubens Nogueira. Segundo ele, o fato de a avenida ser tão próxima à Rodovia Régis Bittencourt é uma das causas da lentidão. “Quando a BR não está com esse trânsito intenso, está alagada”, ressalta.
Foto: Thiago Neme | Gazeta SP
Parque Pinheiros é o bairro mais populoso de Taboão da Serra
Rubens mora no bairro há 13 anos, mas antes morava no Jardim América e diz que a limpeza das ruas também o incomoda e considera o bairro muito sujo. “Não há lixeiras por aqui e passam poucas pessoas responsáveis pela limpeza urbana”. Segundo a prefeitura de Taboão da Serra, há um processo licitatório em andamento para a troca e colocação de novas lixeiras na cidade.
Já na questão da segurança, a indignação do comerciante é a maior: “A Base [policial] está bem ali, mas não vejo nenhum deles fazendo ronda por aqui. A minha loja já foi assaltada, apontaram uma arma para a minha funcionária, e olha que a base está a menos de dois minutos daqui”.
Dona Cosma, que tem mora no bairro há 20 anos, discorda de Rubens e diz que nunca foi assaltada e que bairro é muito bom. “Aqui todo mundo se conhece, a vizinhança é boa e eu não me mudaria daqui de jeito nenhum”.
Comerciantes reclamam do IPTU alto e valorização dos imóveis
Rubens Nogueira diz ainda que um dos maiores problemas para ele naquela região é o aumento do IPTU, que o impede de contratar mais pessoas para trabalhar em sua perfumaria por causa do valor do imposto, que duplicou. “O valor que eu gasto para pagar o IPTU é o mesmo que eu gastaria para contratar mais cinco funcionários, pelo menos. Também não posso aumentar o salário de quem já trabalha comigo, pelo mesmo motivo”.
“Só não fechei as portas porque – além de ser meu ganha pão – eu sou muito persistente. Os mais desanimados acabam fechando as portas, se desiludindo e acabando com o comércio aqui. O bairro evoluiu bastante, mas para melhorar os comércios daqui tem que ter mais lojas populares e mais bancos, a questão é que um comércio ajuda o outro a crescer, uma coisa puxa a outra”, comenta Rubens.
Dona Maria Vera Lucia Costa reclama do valor do aluguel dos imóveis. “Aqui tudo é caro. A gente trabalha o mês inteiro para conseguir pagar o aluguel de casa”, diz a balconista de uma churrascaria do bairro. Maria está há sete anos no bairro e diz que quer voltar para a sua terra natal. “Sou de São Luis do Maranhão e não gostei daqui. Assim que puder eu volto”, diz.
Maurílio Massayuki, consultor de vendas, ao contrário de Dona Maria, gosta muito do bairro e também mora há pouco tempo no Parque Pinheiros. “Me mudei de Embu para cá faz cinco anos e gosto muito do bairro, é muito tranquilo e chega no final de semana parece até interior”. Maurílio que trabalha com consórcio também ressalta o alto valor dos imóveis na região. “Muitas vezes um imóvel aqui é mais caro que no Centro do Taboão. O bairro é bom, mas a questão da segurança precisa melhorar”, lembra.