Obra de professores de Taboão da Serra usa a literatura para combater o racismo na infância
O livro Luanda e o Tambor do Coração, escrito por André Rodrigues e Mara Tiburcio, foi lançado pela Editora Literando
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Escrito por André Rodrigues e Mara Tiburcio, professores da rede municipal de Taboão da Serra, o livro Luanda e o Tambor do Coração foi lançado pela Editora Literando com o objetivo de promover reflexões sobre identidade, autoestima e ancestralidade negra no ambiente escolar.
A história acompanha Luanda, uma menina negra que vive com a mãe e a avó na periferia da Grande São Paulo. Apesar de crescer em um ambiente cheio de cores, sons e afetos, Luanda enfrenta situações de preconceito e exclusão em espaços como a escola, o mercado e a igreja. A mudança ocorre quando ela descobre uma herança guardada por sua avó: uma caixa com objetos, fotos, histórias e um tambor, símbolo de sua ancestralidade africana.
A partir desse contato com suas raízes, representadas pela figura da rainha angolana Nzinga, Luanda passa a fortalecer sua autoestima e a se reconhecer como protagonista de sua própria história. O ponto alto da narrativa acontece na “Festa das Nações”, quando a personagem, vestida como Nzinga, se apresenta com o tambor da avó e é reconhecida por sua identidade e cultura.
Além de sua narrativa sensível e inspiradora, a obra tem forte potencial pedagógico. O livro se alinha à Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas. Entre os temas que podem ser abordados em sala de aula estão a identidade da criança negra, o racismo estrutural, a ancestralidade africana, o pertencimento, o protagonismo estudantil e a arte como forma de resistência.
Educadores podem utilizar o livro em atividades como rodas de conversa, produção de textos e poesias, apresentações culturais e pesquisas sobre personalidades históricas negras, além de reflexões interdisciplinares com conteúdos de Língua Portuguesa, História, Artes e Ensino Religioso.
Luanda e o Tambor do Coração é uma obra que nasce da periferia, mas dialoga com a realidade de muitas crianças pelo país. Ao colocar uma menina negra como protagonista, o livro contribui para uma educação mais inclusiva, afetiva e comprometida com a valorização da diversidade.
