O óleo saturado e o problema ambiental
• Siga o Portal O Taboanense no Twitter e no Facebook
————————————————————-
Por Marçal Rogério Rizzo, Stefanni Teodoro Gasparini e Nayla Furlan da Silva
Mais conhecidos como “óleos alimentares usados”, ou simplesmente “óleos já utilizados”, os óleos saturados representam uma categoria de subprodutos ou resíduos provenientes de diferentes atividades, todavia, em sua maior parte, derivados da atividade de fritura de alimentos. Eles derivam essencialmente do uso de óleos de origem vegetal, tais como azeite, óleo de girassol, óleo de soja, óleo de canola, entre outros.
Segundo um dos informes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a fritura é uma operação de preparação rápida e confere aos alimentos fritos características únicas de saciedade, aroma, sabor e palatabilidade, sendo assim, é um processo necessário na preparação de certos alimentos.
Nota-se que, no mundo tido como moderno, parte das pessoas estão focadas em ganhar mais dinheiro, consumir mais bens materiais, ter casas maiores, ter mais carros na garagem e por aí afora. Claro que isso expressa ter mais custos, ter que trabalhar mais para pagar tal custo e – definitivamente – não ter tempo, prazer e nem mesmo vontade de cozinhar alimentos mais elaborados e saudáveis. Dessa forma, optam pelo consumo de alimentos fritos e pré-fritos.
Cabe acrescentar que, por se tratar de uma das formas mais rápidas de preparo para determinados alimentos, o processo de fritura vem sendo amplamente utilizado. Isso origina grandes quantidades de resíduos do óleo de cozinha – óleo saturado – tanto em residências, como também em estabelecimentos alimentícios.
A questão chave que segue nesta reflexão é: o que é feito com os resíduos de fritura, ou seja, com o óleo saturado? Sabe-se que parte dos resíduos gerados diariamente nos lares, indústrias e estabelecimentos, devido à falta de informação da população, acaba sendo despejado diretamente nas águas, como em rios e riachos ou simplesmente em pias e vasos sanitários, indo parar nos sistemas de esgoto, causando dano, como o entupimento dos canos e o encarecimento dos processos tratamento de esgoto, além de acarretar na poluição do meio aquático.
Outro destino impróprio que é dado aos óleos saturados é o próprio lixo doméstico, contribuinte no aumento da poluição nas áreas dos aterros sanitários ou dos lixões a céu aberto. A ação de jogar o óleo saturado no lixo também diminui a vida útil dos aterros sanitários e colabora para a formação do gás metano – que é um gás de efeito estufa – contribuindo para o aquecimento global.
Agora imaginem que as projeções atuais apontam que, em 2050, vamos chegar à marca dos nove bilhões de pessoas no planeta. E precisaremos de comida. Imaginem também o dano ambiental que estaremos causando ao planeta se uma parcela considerável de habitantes resolverem comer frituras e descartar o óleo saturado de forma incorreta.
Entretanto, não precisamos nos preocupar com a quantidade de pessoas, mas com o estilo de vida. Sabe-se que é possível termos nove bilhões de pessoas e alimentá-las, mas devemos nos preocupar com nossos resíduos.
Por fim, é válido armazenar este óleo saturado em garrafas ou vidros e dar-lhe um destino adequado, fazendo-o servir de matéria-prima para biodiesel e sabão.
Marçal Rogério Rizzo é economista, professor Adjunto da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) – Campus de Três Lagoas (MS).
Stefanni Teodoro Gasparini e Nayla Furlan da Silva são acadêmicas do curso de Administração da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) – Campus de Três Lagoas (MS).