Morador mais idoso de Taboão da Serra completou 100 anos

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Gabriel Pereira de Matos é natural de Rio da Prata, Bahia, mas se considera um legitimo taboanense. Morando no Pq. Pinheiros há 11 anos, o vovô Gabriel é o morador mais velho de Taboão da Serra.  Nascido em 18 de fevereiro de 1911 ele completou 100 anos e dá uma lição de vida para os mais jovens mostrando uma enorme paixão de pela vida.

O vovô Gabriel, como é carinhosamente chamado, é duas vezes viúvo, teve três filhos, uma já falecida. Dezessete netos, nove bisnetos e três tataranetos ele faz questão de lembrar que votou em lula para presidente da República. “Gosto do Lula”, disse. Estudou pouco apesar de gostar da escola, mas só aprendeu a assinar o nome.

Foto: Eduardo Toledo

Vovô Gabriel, morador do Pq. Pinheiros que completou 100 anos

O simpático vovô centenário gosta de conversar, contar estórias da sua mocidade, ele lembra de muita coisa. Não toma nenhum tipo de medicamento, saúde impecável. Disse que gosta de todos os tipos de comida. “Tudo quanto é de comida acho bom e ponho pra dentro. Cozido, assado, frito. Gosto de bode assado”, falou. 

Vovô Gabriel foi vaqueiro, comerciante, inspetor de polícia, e é valente, disse que já matou quatro onças “verdadeiras”, no laço, sem ajuda de ninguém. Conheceu Lampião, o temido rei do Cangaço, disse que Maria Bonita, era realmente bonita, e por fim, jura de pés juntos, que nunca mentiu.

Ele conta que já sobreviveu a uma picada de cascavel. “Uma vez fui picado de cascavel quando estava andando no mato. Não tive nada, graças à Deus, tomei remédio. Matei um pouco [referindo-se a cobras], a pior delas é a cascavel, grande, valente, ela tem um chocalho no rabo, tirei pra fazer remédio”.

“Conheci Lampião quando ele andava no mundo, ele era muito ruim, roubou tudo que tinha na fazenda que ele invadiu. Corri e me escondi dele para não morrer. Maria Bonita era uma mulher muito vistosa”, lembra.

Vovô Gabriel fala das atividades que fazia e que só prendia porque era sua função. “Fui vaqueiro, eu tinha uma roça, criei ovelhas, galinhas. Fui autoridade policial, prendia gente perigosa, que era metido a valente com arma na mão”, diz.

Ele conta que sempre foi amigo de todos. “Fui camarada, nunca fui preso e nunca fiz mal a ninguém. Nunca tive um inimigo, toda vida me dei bem com as pessoas”, afirma.

Sobre mentir, vovô Gabriel diz que ninguém nunca pegou, nem vai pega-lo em uma mentira. “Eu não sou homem de mentir, nunca contei uma mentira. Quando não falei a verdade foi porque não me perguntaram, então fiquei calado. Nunca você há de me pegar em uma mentira, com fé em Deus. (risos)”, diz orgulhoso.