O falso dilema taboanense: devolver ou não devolver a BR 116?
Por Dr. Antônio Rodrigues
O Prefeito Eng. Daniel reafirmou a “intenção de devolver” o trecho taboanense da BR 116 ao Governo Federal.Apesar disso, o Prefeito afirma que “pretende manter ao menos três passagens importantes, incluindo as do Shopping Taboão, do São Judas, e do Piscinão da Portuguesinha, dando acesso ao Jd. Salete”. (O Taboanense)
Ótimo saber que “antes de oficializar [unilateralmente]qualquer mudança, a Prefeitura irá consultar os moradores de Taboão da Serra sobre o tema”. A declaração revela que o alcaide se mostra um gestor sensível e cuidadoso diante da questão crucial para o futuro da cidade que transitoriamente governa.
Porém, se pararmos para pensar, a estória de “devolver” ou “não devolver” o trecho da a BR 116 sempre foi um falso dilema, ou seja, uma simplificação que oferece duas opções excludentes quando mais opções estão disponíveis. Um discurso de polarização muito compreensível no contexto de uma disputa eleitoral…
Sabemos todos,inclusive o Prefeito, que nunca existiu apenas a opção singela entre “devolver” ou “não devolver”. Ele próprio (e, justiça seja feita, também o então candidato), condiciona a “devolução” à preservação das intervenções viárias que julga de interesse do município e que só foram possíveis por causa da municipalização!
A “devolução condicionada” é simples no discurso e complicada na prática: eu devolvo o trecho ao Governo Federal, mas mantenho nele as intervenções viárias que me interessam,ok? (ok, mas precisa combinar com os “russos”: Governo Federal, Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT e concessionária).
Já compartilhei n’O Taboanenseo sonho e a crença de que a gestão municipal do trecho da BR 116 seria a “nova fronteira de desenvolvimento do município”, com potencial para impactar significativa e positivamente a vida dos moradores, trabalhadores e empresários de Taboão da Serra e região”. (A última fronteira)
Hoje, a realidade demonstra que apesar dos evidentes equívocos na implantação do projeto demunicipalização, a gestão local do viário já garante benefícios à população que não admitem retrocesso.
A gestão atual irá insistir no falso dilema ou investirá em propostas de melhorias para qualificar este importante vetor de desenvolvimento da nossa Cidade? A ver.