A grande avenida veio para ficar. Fim do falso dilema sobre a BR-116?
Por Dr. Antônio Rodrigues
A polarização que marcou o debate em torno da municipalização do trecho taboanense da BR-116 — e que deixou a população à mercê da simplificação das ideias do ser “contra” ou “a favor” — está com os dias contados. Ao menos é o que parece depois da Audiência Pública realizada no dia 14/05, na Câmara Municipal, e da consulta popular iniciada pela Prefeitura no dia 22/05.
Ambas as ações transcendem a polarização política desinformada e traz a discussão para o campo democrático e tecnicamente bem-informado. O governo municipal mostrou ter abandonado o discurso raso do “devolve a BR ou não”, adotando uma postura sensível à opinião popular e às análises técnicas.
O Prefeito Daniel e seu Secretário de Transportes e Mobilidade, Marcos Paulo, demonstraram compreender a necessidade de preservação dos benefícios da municipalização: “A minha vontade seria manter esses quatro semáforos, mas a decisão será baseada no que a população deseja”, afirmou o Prefeito em relação aos pontos semafóricos dos acessos ao Jd. São Judas, Jd. Salete, Shopping e Rua José Dini.
O anúncio da contratação de estudo de mobilidade urbana evidenciou a intenção de tomar decisões baseadas em dados técnicos — e não apenas na retórica política. Já a inclusão na consulta popular de nomes para a Avenida, como “Taboão da Serra”, “19 de Fevereiro” ou “Evilásio Cavalcante Farias”, reflete não apenas uma resposta à investigação do Ministério Público acerca do processo de denominação da via, mas também um esforço de legitimação democrática da decisão.
A polarização desinformada transformou-se em exercício sofisticado de governança que busca equilibrar conhecimento técnico e participação popular?
Vamos aguardar para ver se a nova abordagem vai superar de fato o falso dilema ou se, diante de interesses políticos, a polarização desinformada voltará a dominar o debate sobre a municipalização em detrimento do desenvolvimento urbano, econômico e social da nossa Cidade.