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24 de agosto de 2021

Cientista política Débora Thomé fala sobre mulheres na política

Divulgação

Débora Thomé: “A participação popular é fundamental para empurrar as agendas que permitam fazer as mudanças efetivas nas regras”

Débora Thomé, doutora em ciência política, escritora e ativista feminista, avalia a posição da mulher na política institucional. Ela é quem faz a apresentação do livro “Princesas de Maquiavel: Por mais mulheres na política”, que será lançado em outubro pela editora Matrix.

Você é cientista política. Existe alguma diferença ao lidar com o tema, sendo mulher, em comparação a um homem que atua com política?

Acredito que não. Ou, ao menos, não deveria haver. Infelizmente, a agenda de desigualdades políticas acaba mais absorvida por aqueles que são vítimas dessa desigualdade, mas, quando a democracia funciona de forma tão falha (com a ausência de mulheres, por exemplo), isso deveria ser uma preocupação de cientistas políticos em geral, independentemente de seu sexo.


Quais são os principais desafios que as mulheres encontram ao ingressar em carreiras políticas, tanto na academia (universidade) quanto na imprensa e na política institucional ao disputar eleições?

Há muitas especificidades para cada um desses casos, mas fazendo uma linha geral, o poder é limitado, isso significa que, para que mais uma mulher seja deputada, menos um homem será deputado; se mais mulheres forem professoras concursadas, menos homens serão. Assim, fica claro que as estruturas são muito difíceis de mudar pois quem está no poder prefere continuar e não ceder espaço. Por isso é fundamental mudar as regras, para beneficiar quem está sendo deixado deliberadamente fora do jogo.




Você pode expor um pouco das diferenças entre o acesso à política partidária no Brasil e em outros países da América Latina e no mundo?

A diferença que considero mais relevante é o fato de que, em vários países vizinhos, as regras foram modificadas e estamos partindo para um momento de paridade, ou seja, 50% das vagas ocupadas por mulheres. Seja por maior pressão dos movimentos feministas, seja por terem tido mais oportunidades de fazer a mudança nas regras, eles estão avançando e nós nos encontramos em posição muito pouco nobre, como os penúltimos do continente em representação feminina.


A mudança de Governos (respectivos posicionamentos ideológicos) influencia na abertura para o ingresso de mais mulheres na política institucional? Quer dizer, Governos de esquerda ou de direita são mais propensos a apoiar candidaturas femininas?

Deveria ser assim, a literatura indica que é assim, em muitos países é assim, mas no Brasil não é – ao menos quando comparados a Câmara Federal. Para ter uma ideia, PT e PSL tem praticamente o mesmo percentual de deputadas sobre o total de deputados eleitos. Os partidos no Brasil são impregnados de controle feito pelos homens, controle esse que se perpetua porque eles também são os eleitos. Quem se elege, controla o partido e organiza as estruturas para a manutenção do poder.


Qual é a importância da participação popular no engajamento de pautas em defesa da mulher? Quais são as principais pautas debatidas hoje?

A participação popular é fundamental para empurrar as agendas que permitam fazer as mudanças efetivas nas regras. Ir para a rua é uma etapa importantíssima, mas ela tem que acompanhar estratégias de influência no Legislativo, no Executivo, nos poderes constituídos para que essas mudanças solicitadas se tornem reais e ganhem amplitude. As agendas para mulher no Brasil são infinitas, mas ainda temos muito o que avançar em direitos reprodutivos, melhor acesso a creches, maior acesso às estruturas de poder nos partidos etc.


O que pode ser feito para melhorar a condição feminina no Brasil, não apenas em relação à participação política, mas ao aperfeiçoamento profissional?

A mulher está fazendo tudo o que está a seu alcance. Tem mais anos de estudo, tem menos filhos, está se graduando mais. Agora, está na mão dos homens que controlam o poder: na política, nas empresas, começarem a mudar suas posturas, criar regras que diminuam os vieses que prejudicam a ascensão das mulheres.


Por que você acha que Dilma Rousseff foi a única mulher eleita presidente até hoje? Você acredita que alguma mulher possa disputar a presidência no próximo ano? E ao Governo dos estados? Como você avalia o cenário para as próximas eleições da perspectiva das mulheres no poder?

Os governos dos estados são a esfera com menor participação de mulheres no Brasil hoje, por motivos que a pesquisa ainda não sabe explicar. Dilma Rousseff é um caso interessante de uma mulher que, no poder, passou por todo tipo de crítica intensificada pelo fato de ser mulher. Pesquisadores como FaridaJalalzai e Pedro dos Santos acabam de publicar um livro nos Estados Unidos com mais informações sobre isso que já nos era bastante evidente.


Quais são as obras (os livros) que você já publicou? Pode falar um pouco a respeito de cada uma?

Acabei de publicar meu sexto livro. Acabo trabalhando em duas frente: como pesquisadora de ciência política e escrevo também livros infantis (“Minha amiga Mila, 50 Brasileiras Incríveis, que foi finalista do Jabuti, O tempo das cores e agora o 50 LGBTQ+ Incríveis). Meus dois livros como pesquisadora foram O Bolsa Família e a social democracia, resultado da minha dissertação de mestrado, discutindo a política da política pública e Mulheres e Poder, com Hildete Pereira de Melo, com o qual fazemos um apanhado sobre a situação da mulher, com foco no Brasil.





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